Hoje, neste dia em que se celebra ser mãe, nunca consigo ser completamente feliz... Não tenho a mania que sou boazinha, mas talvez por estar tão grata pelos meus dois filhos,depois de duas gravidezes que não correram bem (não é para terem pena de mim que o digo, mas para saberem que não há vidas perfeitas), nunca consigo festejar este dia sem lágrimas nos olhos.
para além disso, na minha cabeça e no meu coração vivem demasiadas histórias reais de mulheres que não conseguem/ conseguiram ser mães, de mães que viram partir o seu Amor maior, de mães que estão hoje em lares e não percebem a razão dos seus filhos não as visitarem, da Ana que não vê (será que vê?) os seus meninos cresceram, da Fernanda...
A Fernanda foi da minha turma no 12º ano, vinha de Pombal para Leiria todos os dias, era doce, esguia, de porte elegante e tinha uns meigos olhos. Eu nunca mais tinha sabido dela, mas recordava-a bem e soube a história dela num encontro com amigas do Liceu. Contaram-me que a Fernanda estava grávida do segundo filho quando descobriam que tinha, para além de um bebé a crescer, um estúpido de um tumor cerebral. A Fernanda escolheu o filho que ainda tinha dentro de si. Disse não à operação e à quimioterapia e, após dar a vida, ficou sem a sua.
Fernanda. Ana. Dulce. Martine. Cristina. Esmeralda e tantos mais nomes que tenho na ideia, mas que não quero expor aqui... Fingimos que não aconteceu, nada dizemos, puxamos as conversas para o outro lado e seguimos em frente procurando esquecer.
Neste dia, nunca o consigo fazer. E, também por isso, não sou de grandes presentes ou de manifestações no Dia da Mãe (os meus filhos deram-me o que mais gosto de receber- textos escritos por eles e o meu direito a escolher a música que hoje se ouve cá em casa).
Na televisão, no Facebook, no Instagram tudo parece hoje um dia repleto de amor e ternura. Para mim, que sou uma mulher cheia de sorte, nunca conseguirei que seja mais do que agridoce.
Foto-flores da florista ao lado de casa.
Foto-flores da florista ao lado de casa.
Olá Sofia! Eu também não consigo deixar passar este dia, sem chorar (aliás eu sou um pessoa de lágrima sempre a espreitar), as minhas duas gravidezes não foram perfeitas e a seguir a elas, despoletaram em mim um conjunto de situações de saúde algo complicadas, com as quais ainda ando a aprender a lidar!
ResponderEliminarMas pronto, o ser mãe é isto! Eu não acredito nas coisas perfeitas!
Beijos e abraços.
Sandra C.
bluestrass.blogspot.com
Um abraço meu, Sandra. E flores:)
EliminarOlá Sofia...eu sou aquela que está ansiosa por ir a Ourém abraçar o pai e a irmã...mas falta-me a minha mãe. Tenho infinitas saudades da minha mãe e desde há 5 anos que nada foi igual. Este dia é também agridoce para mim. Valeu-me o abraço apertado dos meus filhos e os seus mimos. Simplesmente isso...
ResponderEliminarQue grande presente esse abraço dos teus filhos...
EliminarEspero que vás rapidamente a Ourém.
beijinhos meus
Gosto tanto de a ler!!
ResponderEliminarHá anos que leio...nunca comentei...até hoje…
È aquele dia agridoce também para mim…...por uma primeira gravidez que terminou de forma abrupta..mas que depois se seguiram o meu maior tesouro, os dois rapazolas cá de casa...e por tantas mães que não vêm os seus meninos crescer. A Ana que não conheci, mas que conheço bem o pai dela, por motivos profissionais… e que não mais sorriu da mesma forma…porque quando falava da Ana sorria até ás orelhas!!!
Um grande beijinho para si!!...e fique por aí...cuidem-se!!