A estreita relação que eu tenho com a minha bicicleta passou por uns percalços (culpa minha) e hoje tive de a ir buscar a uma superfície comercial que fica a cerca de oito quilómetros de casa.
13 março 2023
06 março 2023
29 dezembro 2022
No outro dia, disseram-me que eu era uma mulher de família. Eu sorri e fiquei a pensar no assunto- acho que sou sim, mas é quase como se fosse natural em mim.
03 dezembro 2022
Quase treze anos depois, voltei a Calle Serrano.
Foi em janeiro de 2010 que eu ganhei um concurso promovido pelo canal Sony e fui a Madrid, com tudo pago, buscar o prémio- escolher uns Manolo Blahnik. Não é novidade e já escrevi muito sobre isso. Foi, aliás, o motivo do blogue Gira aos Quarenta ter nascido.
Na altura, eu tinha trinta e nove anos e nunca tinha posto os pés em Madrid. Deslumbrei-me com o que vi e com os sapatinhos que trouxe, mas que calcei em pouquíssimas ocasiões. E, olhando hoje para a foto de 2010, quão diferente me vejo hoje. E não, as diferenças que noto não são físicas.
Voltei a Calle Serrano este outubro e quis ir à loja que ficava num bonito pátio, por onde se entrava pelo nº58. Portão fechado, tal como a loja. É que, atualmente, a marca Manolo Blahnik quase só se encontra online, visto que até a icónica loja de Nova Iorque, onde Carrie Bradshaw fazia as suas compras e onde foram gravadas algumas cenas da série " O Sexo e a cidade", fechou.
Sinais dos tempos é o que se costuma dizer, não é?
Mas, escrevia eu, noto diferenças na mulher que sou hoje- menos loura, mais leve, menos deslumbrada com marcas, mais atenta aos outros, e mais sábia, mesmo que sabendo que tenho ainda tanto para aprender.
Se queria voltar no tempo? Nem por um instante. Tenho cinquenta e dois anos e ainda sou uma portuguesa que vivo com a mania que tenho de ter a casa arrumada, exigente comigo profissionalmente, a tentar ser a melhor mãe, mulher, filha e amiga que consigo. Sou, também, contudo, uma mulher que sabe agora que os Manolo Blahnik das séries são desconfortáveis e que, por mais que continue a gostar de saltos altos, sabe que é com pés na terra ou na areia, que se sente verdadeiramente feliz.
Criei um blogue com receio de envelhecer e estou, hoje, a gostar tanto de o poder fazer.
Voltei a Calle Serrano e vi que fechou a loja dos sapatinhos de sonho. Não me deixou triste, porque sei que, independentemente do que eu calce, está bem aberta a minha vontade de viver.
21 novembro 2022
Sou!
Foi há dez anos, talvez, que numa visita a uma escola holandesa, pasmei quando vi tantos professores, e até o Diretor da escola, chegar de bicicleta. Acho que tive um bocadinho de inveja e o facto de desde criança adorar andar de bicicleta, aliado ao tempo que passei este último ano na Bélgica, ajudou à resolução- mal pudesse iria também para o trabalho de bicicleta.
E, desde julho, tem acontecido.
Só escrevo agora o post porque receei confirmar o provérbio "É só enquanto a arca cheirar a bolos", mas não. Sempre que as condições meteorológicas o permitem, visto o meu casaco às bolinhas, ponho capacete (quase sempre), pasta no alforge e vou para a escola.
Têm-me perguntado se não tenho medo de andar na estrada e, a verdade, é que tenho. Contudo, tento ir sempre por caminhos não tão movimentados e, para já, a vontade de pedalar tem afastado receios.
E o feliz que sou a pedalar, quase como se fosse sempre Verão Azul mesmo quando não há sol. Há dias em que me sinto a Júlia e outros o Piranha, mas quase sempre me sinto é mais leve e com menos anos, enquanto pedalo e sinto o vento colorir-me o nariz de vermelho.
Era um sonho que tinha ir para a escola de bicicleta. Agora, sonho com ciclovias. E ninguém me diga que não irão acontecer. Afinal, se me dissessem há vinte anos que eu iria para a escola de bicicleta, nem eu própria acreditaria.
Nota: agradeço à minha amiga Susana que me falou no Fundo Ambiental. As candidaturas são até 30 de novembro e comparticipam até 50% o valor gasto na aquisição da bicicleta.
Link aqui:
Fundo Ambiental, Ministério do Ambiente
23 outubro 2022
22 setembro 2022
Já passou um ano e tem corrido bem, mas sinto sempre que é um assunto muito pouco falado (atentem em mim que só agora escrevo sobre isso), quase como se fosse um pequeno tabu e receassemos passar a ser menos.
- Que parvoíce!- exclamo.
E, contudo, precisei de um ano para escrever sobre isso.
Escreverei mais se (me) fizer sentido. Para já, não há lugar para vergonhas.
Tenho 52 anos e, independentemente da fase em que estou, sinto-me uma mulher sem pausas.
Dêem-me tempo (e saúde) e eu tentarei aproveitá- lo o melhor que souber.