Dores de crescimento aos 48 e nove meses de idade - .

26 abril 2019

Dores de crescimento aos 48 e nove meses de idade


Já tive alturas na vida em que tive medo de crescer (e nada de brincarem com o meu metro e meio de altura). Sabem aquela altura em que parece que tudo se encaixa como peças de lego e nós temos vontade de congelar o momento? Isso mesmo. Lembro o ano em que fiz quarenta anos, tudo parecia fácil e tranquilo e eu só queria que o tempo parasse por temer que a minha planificada vida fosse abalada.


E em nove anos foi mesmo: perdi o meu pai, o meu tio Fernando e o seu sorriso bonacheirão, o colo do meu Padrinho Artur, a Ana… Deixámos também de ser os quatro em casa a maioria dos dias, tive dias em que não quis sair da cama,  sofri um bocadinho porque sabia ser necessário deixar crescer os meus filhos e não lhes “controlar” a vida como fazia enquanto eram mais novos. 
Mas, em nove anos, também conheci lugares onde não imaginava ir, emocionei-me vezes sem conta com filmes que vi sem interrupções dos meus filhos, voltei a ter mais tempo para ler e descobri autores fantásticos, comecei a olhar mais para mim e a cuidar-me por dentro e por fora, conheci novas pessoas, aproximei-me de amigas que a vida afastara, fiquei mais disponível para os outros…
O segredo, tenho andado a descobrir, é viver o momento presente e deixar de me inquietar tanto com o futuro. Tarefa difícil para mim que tenho em casa a alcunha de General por querer tudo à minha maneira (um bocadinho mandona quiçá?) e andar sempre a prever cataclismos que me destruam o castelo de legos. 
A verdade é que, embora devagarinho, tenho conseguido usufruir de momentos e aceitar o inevitável- podemos (devemos?) preparar o essencial do futuro com alicerces assentes em solos profundos, mas devemos igualmente saber que a vida não é uma autoestrada em linha reta.
Não são precisos de estudos aprofundados para saber que a maioria das vezes, o encanto e a magia da vida está mesmo nos desvios que a vida nos oferece. Se há vezes surgem dores? Claro, mas é certo e sabido que as dores de crescimento são inevitáveis!



2 comentários:

  1. Dói, ppis dói mas é parte do processo de amadurecimento e tu estas uma mulher linda por fora, mas cintilante por dentro. Love you

    ResponderEliminar
  2. É isso mesmo, Sofia. O importante é viver um dia de cada vez, como se não houvesse amanhã, isto é, com intensidade. Sorrir e abraçar muito! Aceitar o que não podemos mudar e o que não depende da nossa vontade. Acho que Aceitar é mesmo a palavra chave.
    Claro que, por vezes, sou uma cismada, mas a minha cisma tem a ver com o medo de vir a ter saudades dos dias de hoje. À medida que envelheço temo perder qualidade de vida. Mas, como todos estamos sujeitos ao mesmo, ao passar do tempo, o melhor é ocupá-lo e ocupar a mente com o que realmente nos deixa felizes e tranquilas. :)
    Um beijinho e um abraço cheio de força!
    Ah, estás linda na foto!

    ResponderEliminar