À medida
que o tempo passa vai passando há duas coisas que tenho vindo a descobrir em
mim: gosto de me isolar no meu casulo sempre que ando mais triste, mas tenho
também uma enorme capacidade de ir buscar alento à coragem que os outros
demonstram em situações mais difíceis do que aquelas que vivo.
Eu
explico melhor. Hoje foi um dia triste aqui por casa porque o Luís voltou de
novo para a Irlanda e eu nunca me irei habituar aos dias de despedidas. A
primeira reação que tenho é querer apenas deitar-me no sofá, com a cadela aos
pés, a ver filmes dramáticos que me ajudem a desatar o nó com que fico na
garganta. Raramente o faço. Melhor, forço-me a não o fazer. Reajo, levanto-me,
enxugo lágrimas e deixo de olhar apenas para o meu umbigo. Como dizia Camilo
Castelo Branco, a saudade dos vivos é dor suave. E as minhas despedidas são um
até já.
Afinal,
como poderei eu sentir-me infeliz se há mães que se despediram dos filhos para
sempre? Como poderei eu sentir-me miserável se há ao meu lado quem lute pela
vida, dolorosamente, e não se queixe? Como poderei eu sentir-me a mais infeliz
do mundo se estou rodeada de amor?
Já
escrevi por aqui que não há vidas cem por cento felizes. Há vidas mais felizes
do que outras, é certo, mas achar que a blogger que aparece sempre
sorridente não tem momentos tristes, ou que a modelo com o corpo mais
espetacular não tem as suas inseguranças, é um engano. Cabe-nos é a nós
valorizar mais os momentos felizes e tentar relativizar os mais penosos. O mais
difícil, parece-me a mim, é encontrar a estratégia certa. Eu procuro pôr em
prática a minha, que se pode resumir a
isto:
- Não
invejar a felicidade dos outros, mas ficar verdadeiramente feliz por eles;
-
Agradecer os meus momentos felizes;
- Respeitar
e compreender os sofrimento dos outros;
- Ser
generosa com os abraços;
- Buscar
alento e inspiração na capacidade de enfrentar a vida de tantas pessoas que nos
rodeiam (um tio, o nosso vizinho, o colega de trabalho, uma criança...).
Ok,
talvez seja filosofia (ou psicologia) barata, mas é a minha e deixo-a aqui. E afinal nem é barata, é mesmo de
graça!
texto publicado a 8 de abril de 2018
Sofia,
ResponderEliminaracredites, ou não, a tua (gratuita) filosofia de vida é também a minha. E tento sempre incutir essa visão a quem me rodeia. Muitas vezes incompreendida, mas é assim que gosto de encarar os dias menos bons ❤
Coragem! Logo, logo ele está de volta!
Beijinho
Carla
Obrigada pela força!
EliminarOlá Sofia! Acredite que a sua, é sem sombra de dúvida a melhor filosofia de vida! E que bom fazer esta partilha conosco:) Beijinho grande!
ResponderEliminarQuerida Manuela,
ResponderEliminarAinda uso as pulseiras que me ofereceste.
Beijinhos,
Sofia