Mechelen (cidade preferida na Bélgica)
Foi no dia 29 de junho de 2013 que o Luís foi para a Angola. O Miguel fazia nove anos no dia seguinte e foi uma decisão difícil, muito difícil.
Eu e o Luís fomos um dos muitos casais que foram apanhados pela crise- muitos sabem do que falo... salários em atraso, carreiras congeladas, uma casa para pagar, éramos um casal como tantos outros, com dois filhos e uma cadela, que tinha uma convicção- dar o melhor que conseguíssemos aos nossos filhos.
Muita gente não nos compreendeu- que o dinheiro não era tudo, que tudo se haveria de resolver, que se o Luís esquecesse as suas habilitações e fosse trabalhar para a indústria metalúrgica não faria mal. Tudo certo e respeitámos todas as opiniões, mas hoje, olhando para trás, ainda bem que não as ouvimos e decidimos nós.
Crescemos muito os dois e os nossos filhos também. Não foi fácil, mas quando é que é? O Luís teve momentos muito difíceis em que a saudade dos filhos (e minhas, vá:) foram insuportáveis, eu fiz quilómetros de carro a horas decentes e tardias a levar o Gonçalo e o Miguel e a acompanhá-los para que sofressem o menos possível com a ausência física do pai, o momento em que o meu pai morreu e eu não tive o amparo do meu amor e fiz tudo para que ninguém se apercebesse da falta que senti dele, tanta coisa...
E, todavia, sinto que a viagem valeu e tem valido tanto a pena!
Quão mais afortunados, compreensivos com o que os outros sofrem e, permitam-me, com muito mais mundo somos hoje. E o percurso profissional do Luís que me deixa tão orgulhosa e faz com que eu o admire tanto...
Arriscámos. Tem corrido bem e poderia não correr, mas esforçamo-nos muito para que a distância fosse apenas física. E agora?
Agora, uma nova etapa. Queríamos estar mais próximos e o Luís esteve quase para vir para Portugal, mas Madrid tentou-o. Tentou-nos. Por isso, em breve tentaremos recriar esta foto tirada numas férias da Páscoa de 2014. Sempre fomos uma família com esperança e continuamos a ser- Hala Madrid!
(Obrigada a quem tem acompanhado aqui pelo blogue e tem torcido sempre por nós)
As grandes mulheres (apesar de baixinha) não se deixam derrotar por desafios destes. És uma MULHER, a quem se deve tirar o chapéu e quando conhecemos a verdadeira estória ainda mais .
ResponderEliminarO que importa é que sejam felizes com as vossas escolhas. O que os outros acham não é importante.
ResponderEliminarBeijinhos e continuem a ser essa família linda e unida.