Andei indecisa até à última, mas fiz-me à estrada. Teste covid negativo no email, mochila com o indispensável, frasco de gel e uma bolsa cheia de máscaras, entrei no aeroporto como tenho entrado nas últimas vezes- como se todos fossem eventuais portadores do vírus.
No avião sentei-me no meu lugar previamente comprado para evitar o lugar do meio, fones nos ouvidos, um episódio da série " Bom dia, Verónica" que descarreguei na Netflix e tentei abstrair-me.Nada fácil, confesso-" E se em Viena não me deixam entrar? E se há problemas na fronteira? E se?".
Correu tudo bem. Fui numa sexta-feira e voltei no feriado de 5 de outubro, mas no regresso, as sombras voltaram- " E se venho infetada e contagio a minha mãe ou os meus alunos?".
Voltou a correr bem, mas sinto que ando um bocadinho a desafiar o destino, mesmo sabendo que para uma família que está separada as viagens são fundamentais.
Para já a vida oferece-se cheia de sombras e parece que só nos resta continuar a buscar a luz para que o nosso caminho fique o mais iluminado possível.
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