Os miúdos cresceram, e agora? - .

19 fevereiro 2019

Os miúdos cresceram, e agora?


Nos últimos dias tenho conversado bastante sobre o facto dos meus miúdos estarem mais crescidos, serem mais autónomos e de já não precisarem tanto da minha presença para certas atividades.

Se me perguntarem se tenho saudades deles pequeninos, eu digo que sim. Mas, contudo, tem sido bom  aperceber-me que, mesmo continuando a ser rede, eu tenho tido mais tempo para mim. 
A minha amiga Helena Silva já me tinha dito que lhe estava a saber bem a fase dos filhos crescidos, mas eu receava. Agora confirmo.

A fase deles pequeninos, das descobertas, do cheirinho a bebé, dos abraços bem apertadinhos é, de facto, maravilhosa. Mas esta altura em que eles estão mais crescidos, em que podemos almoçar com eles e discutir o mundo, em que nos sentamos no sofá a ver os filmes que estão nomeados para os Óscares, em que eu posso estar à conversa com uma amiga sabendo que o Miguel tem a chave de casa, em que eu e o Luís podemos ir jantar só os dois, é boa. Muito boa. O melhor de tudo? Não me sinto nem um bocadinho culpada por me sentir assim.

É que há uma altura na vida em que namoramos, casamos (ou não), temos filhos e depois parece quase que a nossa missão acabou. Não acabou- a missão que importa é o nosso caminho. Cabe-nos a nós não nos esquecermos (ou, como diz a minha amiga Carla, não desistirmos de nós).

Erro muito, sou imperfeita, não faço tudo o que dizem os manuais, mas sei que estou a fazer o que é certo quando invisto em mim, quando me forço a sair do sofá (ou a não me sentir culpada por passar uma tarde enroscada a ver séries), quando continuo com fome de mundo e não me resigno. 

A morte é uma certeza, o caminho, já o sabemos,é  vida.

6 comentários:

  1. Tal e qual, Sofia. Também penso o mesmo... sabe-me bem ter tempo para mim e para os mimos que gosto de ter. Aceitar que os filhos não são nossos, mas sim do mundo, já é um passo (gigante) para aprender a ser feliz, com ou sem a presença deles. :)
    Beijinho cheio de força!

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  2. Os teus filhos são de facto a vossa melhor obra. Não tens de te sentir culpada, deste o melhor de ti e o resultado está na tranquilidade que podes sentir ao olhar um pouco mais por ti e deixa los entregues ao próprio encargo, são uns meninos (para mim serão sempre meninos) de que te podes orgulhar. Aproveita a vida que é tão fugaz. Já agora: combinamos alguma coisa???? 😁

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  3. *****!
    O último parágrafo da tua história elimina qualquer sombra de dúvida.
    Aliás, os filhos são nossos enquanto o não são; são da comunidade, são da sociedade, são do país. Só a responsabilidade é nossa, desde o dia em que decidimos trazê-los ao mundo. E é para sempre.
    Bj.

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  4. Sinto exactamente o mesmo e gosto desta sensação de liberdade ☺
    A missão está longe de estar cumprida, mas agora leva-se com muito menos stress!!

    Beijinho
    Carla

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