Na melhor livraria da minha cidade- Arquivo |
Hoje é Dia Mundial do Livro e repesquei este texto que foi publicado na Semana da Leitura, em março deste ano.
De que leituras sou feita?
Tinha eu seis anos quando me informaram que não tinha vaga na escola da minha aldeia e que só entraria no ano seguinte. Lembro-me de ficar tão triste e revoltada que decidi aprender a ler. E, com ajuda da minha irmã que me ensinou as primeiras letras, levei a cabo o meu intento.
Como em casa não abundavam os livros, lembro-me de calcorrear a aldeia à procura de livros e de ler tudo o que encontrava: o jornal Mensageiro no café, as fotonovelas que a Bélita trazia de Leiria, os livros de Corin Tellado que surripiava à minha irmã. Estas foram as minhas primeiras leituras e só mais tarde conheci Os cinco e As gémeas de Enid Blyton (graças ao meu Padrinho Artur que mos oferecia na Páscoa).
Hoje, já não percorro as ruas da aldeia em busca de livros. Hoje tenho a sorte de me poder perder em livrarias e escolher os livro que quero ler e que farão parte de mim (e se por acaso me enganar e escolher um que não me arrepie, não tenho pudor em abandoná-lo a meio). Felizmente, tenho tido a sorte de encontrar muitos.
O último livro que me surpreendeu foi A Queda de um homem de Luís Osório. Um livro que estranhei de início, que fala de mundo tão diferente daquele onde vivo, que me deu trabalho a ler e reler passagens, que me fez ficar com pele de galinha.
De que leituras sou feita? A pergunta é difícil e, para não ser injusta, e também porque não sei assim tão bem o que responder, inspiro-me em Pessoa e digo…sou plural como o universo.
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