O meu pai e eu - não é o fim- parte II - .

14 novembro 2013

O meu pai e eu - não é o fim- parte II












Por aqui a vida continua. Já com saudades é certo, mas prossegue. Para quem não nos conhece pode parecer estranho, mas na minha família só conseguimos combater a dor falando (e algumas vezes bem alto), abraçando, rindo com as memórias, levantando-nos pouco a pouco e fazendo tudo para a vida voltar à normalidade. Sem, contudo, esquecer.

Quem entrasse na casa dos meus pais no dia do funeral à noite poderia estranhar o ambiente de conversa, de quase normalidade, mas a minha família é mesmo assim. Lembro-me que quando morreu a minha avó, nós, os netos, passarmos a noite em casa dela, a desfilar memórias e a rir muito. Não quer isso dizer que não se sofra, mas é a nossa maneira de lidar com o aperto que se apodera do nosso peito. O meu pai era um homem de família e sabemos que a melhor maneira de o fazer feliz é continuarmos unidos e a viver o nosso luto sem dramas ( mesmo que às vezes custe muito). 
Decidimos também que seria bom que os netos se despedissem do avô participando na missa. Apesar do Miguel e da minha sobrinha só terem nove anos, não nos arrependemos. Eles faziam muitas perguntas e queriam ir. Não me parece que tenham ficado traumatizados com o caixão e por uma ou outra lágrima. Foi uma decisão que eu e a minha irmã tomamos, meio apardaladas, mas com a nossa intuição de mãe. Afinal, a morte faz parte da vida e esta seguiu a sua premissa: os filhos verem partir os pais.

Nestes dias difíceis houve, no entanto, algo que aprendi:  cada abraço, cada presença, cada mensagem, cada comentário aqui no blogue me confortou muito. Não é treta. Acreditem que eu, por vezes, pensava que estava a incomodar as pessoas quando ia a algum velório ou quando dizia que lamentava às pessoas que perdiam entes queridos. Pensava que era só mais uma pessoa e que depois nem se lembravam.
Para mim (e a minha mãe e irmã pensam o mesmo), cada abraço me confortou e cada palavra me deu força. A presença das pessoas também não me cansou. Pelo contrário, deixou-me feliz ver que tantas pessoas gostavam do meu pai e de nós e tal, amenizou um bocadinho a dor pois sentimos que partilhavam connosco o nosso sofrimento.

Nunca poderei agradecer o suficiente a tanta gente que me (nos) apoiou, mas pelo menos tenho de tentar: OBRIGADA!





17 comentários:

  1. Força Querida, one step at a time! :) Beijinhos e dias de Sol para ti :)

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  2. ohhhh Sofia lamento muito, não tinha percebido que o teu pai tinha partido.
    Desejo-vos tudo de bom e espero que continues por aqui. Gosto de ti.

    Bjos

    Maggie

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  3. Um Beijinho carregadinho de BOAS ENERGIAS!!...

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  4. Coragem, muita coragem.
    O tempo é agora o melhor remédio.
    Bj
    Família Benfiquista

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  5. oh.. não consigo vir aqui sem chorar! Força!

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  6. É isso minh querida...é isso!
    Olha eu perdi o meu querido e adoravo avô aos 6 anos...era e é o meu ídolo. Tocava saxofone como ninguem, ainda hoje...33 anos depois da sua morte lamento que me tenham deixado ficar em casa, no dia do funeral dele, eu querie le ter estado ...enfim...
    E o meu avô ficou para sempre nos nossos corações...ainda hoje falo dele. Assim como o teu pai ficará!
    Beijinho doce em ti.

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  7. Pensei em ir ao velório para te dar um abraço mas imaginei exactamente o que dizes, "vou agora lá incomodar e tal". Acho que a partilha do luto é a melhor maneira de fazê-lo e incluir os pequenos nesse processo custa mas dá-lhes referências preciosas na vida. Um grande beijinho virtual, da próxima que te encontre darei um real.

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  8. Sofia amo esta expressão: " Não chores porque as pessoas partiram...Sorri, pois elas existiram."
    A tua família é um pouco parecida com a minha. A minha avó faleceu no dia 9 de novembro e todos os anos fazemos uma castanhada em memória dela, fomos e ainda somos criticados? Sim, mas não nos importamos, para nós é reviver memória, é fazer valer a sua presença, é unirmo-nos para aliviar a saudade, até porque ela era uma pessoa muito divertida e amava as festas, as paródias como ela lhes chamava. Recordo a minha avó com muita saudade... e como dizes, cada um de nós exprime os seus sentimentos de forma diferente.... não deixamos de esquecer as pessoas, mas temos de continuar o nosso percurso de vida... elas foram com certeza os pilares que tanto precisámos, para agora nos erguermos e continuarmos... Um Beijo, Mila.

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  9. Os meus sentimentos! Muita força!
    Beijinhos

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  10. Sinto muito a tua perda, enquanto temos a felicidade de os ter por perto é fazer com que sejam felizes,por aquilo que eu li, foi sempre a tua prioridade.
    Muita força

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  11. Um forte abraço e que o brilho desta estrela seja vista como prova de continuidade... bj

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  12. Os meus sentimentos...não perdi o meu pai, mas o meu avô há dois anos e as saudades são muitas.E ao ler o sobre o dia do funeral transportou-me para a sala da minha avó à dois anos em que nem parecia que ele tinha morrido. Brindamos a ele e contamos histórias acho que ajudou a superar a perda ainda que momentaneamente. Bjs e tudo de bom

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