Parece que a primeira palavra que vem à cabeça do meu filho Gonçalo quando ouve a palavra mãe é "galinha". Mãe galinha, portanto.
Eu assumo que sou. No entanto, para que conste, eu esforço-me muitíssimo para contrariar esta minha tendência de que " debaixo da minhas asas é que eles estão bem".
Ainda ontem, um dos meus tios convidou o Miguel ir assistir ao jogo da seleção ( sub-21). Claro que o que me apeteceu dizer foi que não, que ele tinha trabalhos e que era chato faltar às últimas aulas da tarde. Mas não foi o que fiz. Fui falar com o professor a pedir autorização para o mocinho faltar, preparei-lhe o cachecol e a cadeirinha para o carro e lá o deixei ir.
Confesso que até ele regressar, perto das vinte e trinta, mil "pensamentos flash" passaram por esta loura cabecinha: " Ai, se ele se perde." " Ai, que o meu tio não está habituado a crianças" , " Ai, que o meu tio já tem mais de setenta anos e já não me lembro se ele continua a conduzir bem". Muitos ais sem fundamento, assumo.
Mas deixei-o ir e normalmente esforço-me por medir os prós e contras e por contrariar esta minha terrível mania de fazer filmes trágicos. Esforço-me porque tenho a certeza que tem mesmo de ser assim. Mas custa-me.
E não vale a pena dizer que quando eles crescem isto passa. É mentira. Vejo o exemplo das minhas colegas e sei-o também por experiência própria. Ainda no domingo, consegui ver o sofrimento nos olhos da minha mãe quando se despediu do Luís. Se fosse por ela, ele não ia.
E sei que quando ela me viu a lacrimejar e me disse " Ai, se eu pudesse fazer alguma coisa para ele não ir...", ela estava a ser o que sempre foi e o que eu acho que serei sempre também : Mãe-galinha.
Mesmo que me custe um bocadinho a aceitar...
Eu também sou assim...mãe galinha e chorona!
ResponderEliminarnão lhe pediste para te mandar um toque, assim que chegasse ao estádio? Não? e ainda dizes que és mãe galinha? beijinhos
ResponderEliminarpais galinhas também existem!
ResponderEliminarMimos nunca são de mais , não os podemos privar de serem felizes , por causa dos nossos medos.
ResponderEliminarRevejo-me , nos vossos comentários ,sou igual. ( Apesar do meu já ser adulto, mas solteiro e filho
único ), sofro com as saídas ,mas tento controlar -me.
Família Benfiquista